21.2.09

A minha janela

Ou, vá, uma das três. Hoje, especialmente coberta de neve...

13.2.09

Impostos à Dinamarquesa, parte 2

Ora, após o contrato da FCT me ter chegado às mãos, chegou a hora de ir ao belo serviço de impostos dinamarquês, o SKAT (nota: skat em dinamarquês também significa 'querida'), munido de variada documentação e uma vontade inabalável de resolver a minha situação de uma vez por todas.

Após uma pequena espera, lá entrei no gabinete de atendimento onde fui recebido por uma senhora a quem, a partir de agora, me irei referir como Velhota Simpática. A Velhota Simpática não era, obviamente, muito fluente em inglês. Após eu ter explicado lenta e detalhadamente a minha situação durante uns bons 15 minutos, a Velhota Simpática entrou numa espécie de transe, seguido de um olhar de pânico e pediu-me para esperar enquanto se ausentava.

Depois de uns 10 minutos a olhar para o tecto, a Velhota Simpática volta, desta feita acompanhada de um homem a quem me irei referir como O Tipo. Ora, O Tipo vinha munido de um livro cheio de leis e coisas afins e pediu-me para recapitular o que havia dito à Velhota Simpática. Desbobino de novo a cassete, enquanto O Tipo folheia o livro de leis à procura de acordos de taxação entre a Dinamarca e Portugal. Quando menciono o tal, célebre, artigo 20, O Tipo tem um momento de clarividência e abandona a mesa, voltando pouco depois com um novo livro de leis.

Ora neste novo livro, O Tipo encontra o tal artigo 20 que diz respeito à taxação de estudantes que se tenham deslocado para a Dinamarca unicamente para efeitos de estudo durante um período não superior a 3 anos. Ora, ora, parece mesmo o meu caso. Após confirmar alguns factos, como a duração da bolsa e a procedência da mesma, O Tipo garante-me que sou tax-free. Escusado será dizer que fiquei bastante feliz com o desenrolar do acontecimento. Para terminar, O Tipo aconselha-me a pedir uma resposta vinculativa pela internet ao SKAT, que servirá como declaração da minha isenção de impostos. Que custa 300 coroas. 45 euros. Por um papel. Via internet.

Enfim!

6.2.09

A epopeia dos impostos

Agora que tenho o meu cpr-number, que basicamente me identifica como residente na Dinamarca, comecei finalmente a tratar de coisas mundanas como impostos. A nossa rica bolsa da FCT é, em Portugal, isenta de impostos mas, na Dinamarca, as regras são diferentes.

Ou se calhar não.

Bem, começando com a confusão. Antes de chegar à Dinamarca, vinha informado que, qualquer pessoa que resida na Dinamarca mais de seis meses está sujeita a pagar imposto sobre o rendimento, qualquer que seja a sua origem. Eu estava preparado para pagar o dito imposto ao abrigo do regime de investigadores estrangeiros, que me levaria 25% do ordenado. Nada mau, considerando que geralmente, os impostos aqui podem ir até coisa de 60%.

Depois, pensei: "calma lá, se a minha bolsa é livre de impostos em Portugal, porque raio hei-de pagar eu impostos na Dinamarca?" - Resolvi então escrever ao SKAT, o departamento de impostos cá do sítio, sobre a minha situação. Um mail bem composto em inglês e tal, expondo o tipo e a duração da bolsa, etc.

Hoje, recebi uma resposta... em dinamarquês. Após pedir ajuda com a tradução, fiquei a saber que não podia pedir o regime de 25% porque o meu salário não era pago por uma instituição dinamarquesa. Fiquei a saber também que o jovem que me respondeu achava (sem ter grande certeza) que eu teria que pagar impostos a sério. Mencionou ainda algo sobre um artigo 20.

Bem, digamos que fiquei estarrecido. Pagar algo mais que 25% de imposto sobre a bolsa faria a minha vida na Dinamarca totalmente miserável. Continuei a pesquisar sobre o dito artigo 20 da lei dos impostos - e o subsequente artigo 21. Consta então que pessoas provenientes de um país estrangeiro que não residam durante mais de 3 anos (eventualmente extensíveis a 5) e que desempenhem funções de professor, investigador ou aluno - não estão sujeitos a taxação se o seu ordenado vier do estrangeiro. Chamam-lhe a "professor rule".

Fiquei mais descansado. O meu orientador entretanto ligou para o serviço de impostos de onde vieram mais informações contraditórias; seguiu-se uma chamada para o secretariado internacional, onde me pediram para reenviar o e-mail que havia enviado para o serviço de impostos para que eles me possam ajudar. É que, pelos vistos, o meu caso não é o primeiro, e todos os anos o SKAT tenta gamar algum dinheirinho aos estudantes estrangeiros que se perdem por entre a burocracia...

Que o diga a minha colega francesa que, no primeiro ano, devido a um pequeno erro ao preencher o formulário de impostos, levou uma machadada de 50% na já parca bolsa de mestrado.

E a saga continua... não perca o próximo episódio porque nós também não!

4.2.09

2.2.09

Mês novo, casa nova

Dando continuação a uma verdadeira vida de nómada, eis que me vejo a mudar de casa após apenas um mês na Dinamarca. Deixando a pacata (extremamente pacata) Hejredalsvej onde partilhei uma casa de 6 quartos com uma moça finlandesa e outra portuguesa - enorme coincidência, encontro-me agora bem mais perto da Universidade, a uns 15 minutos a pé, quando é a descer, em Skovvangsvej.

A habitação é, no mínimo, surreal.

Para além de estar minimamente equipada, o que já me levou a fazer uma visita ao IKEA cá do sítio, a cozinha é minúscula. O quarto, todavia, é bastante espaçoso... partilho este 2º andar com alguém, que ainda não vi, mas que já tem duas caixas de comida em cima do balcão da cozinha. E, se num lado me diziam que ele é brasileiro, noutro dizem que ele é alemão. Continua o mistério.

Os dois andares de baixo são uma casa comum habitada por quatro raparigas, duas das quais já conheci (as outras andam em parte incerta). Katie, do Canadá, e Sissal da Alemanha fizeram as honras da casa. Aparentemente andam por lá ainda uma moça americana e uma moça russa. No meio desta salada de nacionalidades, vamos ver o que sai daqui...

Já agora: 20 coroas por uma lavagem de roupa? Porra...

29.1.09

Um dia, todos os anúncios a preservativos serão assim

Com direito a música, dança e uma duração épica de 7 minutos. Só possível na Índia!

Hábitos finlandeses

Será humanamente possível (olhando para o relógio) alguém passar 8 horas seguidas a lavar roupa? Às tantas na Finlândia acumulam roupa suja durante um mês ou mais... alguém que me envie uma moto-serra por favor...!

28.1.09

É a crise, senhores do espectáculo!

Cheira-me que Portugal este ano vai passar ao lado dos grandes festivais. E porquê? É só um pressentimento, por agora, mas os sinais não ajudam. A Câmara de Lisboa parece não querer ceder os terrenos do passeio marítimo de Algés para o Festival Alive!09, alegando ter outros planos para o recinto. Alive! para onde, então? Uma hipótese seria o Parque Tejo, já que o festival (?) Super Bock Super Rock está de malas aviadas para o estádio do Restelo. A verdade é que o Parque Tejo é um local com péssima acústica e visibilidade reduzida... a ver vamos. Falando então do Super Bock Super Rock, o ano de 2009 também não promete. Depois da desilusão do ano passado, o formato mantém-se: metade do festival no Porto e outra metade em Lisboa. Mas agora, só um dia em cada cidade. Os preços são de 40 euros para cada dia, ou 70 para os dois... quanto a nomes, o Porto para já segue na dianteira com os clássicos Depeche Mode. A acompanhar, Nouvelle Vague para adormecer a platéia - é bom com moderação em recinto fechado, mas será que funciona em formato festival de "rock"? E depois, Lisboa. The Killers, a banda que porventura lançou um dos álbuns mais irritantes e vazios dos últimos tempos, Day & Age. Ok, ok, Hot Fuss é bom, bastante bom, até. Mas depois disso tem sido a desgraça. E quanto os outros... teremos Vilar de Mouros? O Sudoeste conseguirá sair da mediocridade em que caíu nos últimos anos? Estará Paredes de Coura de regresso ao lugar de festival por excelência?

Nota positiva para o Lux que vai apresentar nomes como Gui Boratto, I'm From Barcelona e WhoMadeWho durante o mês de Fevereiro na mítica salinha dos fundos. Depois do brutal concerto de Cut Copy no final do ano passado, espero que as boas tendências se mantenham.